Escolas
de Mal Fazer.
Portugal
como um todo só funcionou antes do 25 de Abril de 1974, embora existissem
campeonatos nacionais de diversas modalidades, e opiniões tendenciosas sobre os
assuntos do desporto. Depois da dita data, só passaram a existir desavenças e
guerrinhas de poder.
Homens
que antes do 25/4/74, apenas olharam para si mesmos, tentaram e conseguiram,
afastar-se das obrigações do momento, como seria a participação no esforço
militar, ainda que contra isso se colocassem, mas foram aqueles que fugiram,
que hoje animam as hostes partidárias, porque os houveram que ficaram, para o
bem e para o mal. Gente que nunca tinha feito política, no caso dos
repatriados, chegaram ao Continente, com o sangue pleno de ódio, provocado por uma
descolonização a todos os títulos, desastrosa, tanto para os colonizadores,
como para os continentais. Pergunte-se aos actuais governantes até que ponto,
esta movimentação política é fruta, de uma vingança a levar a cabo por muitos
anos, perguntem. Pergunte-se ao cidadão Mário Soares, qual foi o sabor de ter
condenado milhares de portugueses a correr para fora dos territórios, em
direcção à miséria que seriam as suas vidas, depois de perderem tudo o que
haviam ganho com o seu trabalho, perguntem. Verifique-se pelos percursos de
vida pessoais, qual foi a caminhada desses indivíduos, enquanto cidadãos
nacionais, e constatar-se-há que eles chegaram cá com as mãos a tapar as partes
baixas dos corpos e agora transbordam de riqueza, verifique-se.
Pergunte-se
qual era a ideia, há uns anos atrás, do cidadão Almeida Santos, quando propôs
que fosse aumentado o salário dos deputados, quando os portugueses se debatiam
já com a aflição dos fins de mês, com contas por pagar, com os míseros
salários, muitas e muitas vezes abaixo dos deles, pergunte-se. Mas as histórias
da História recente do País terão de ser reveladas um dia, quando o mal não
tiver mais retorno e já ninguém estiver cá para as dar a conhecer.
Coimbra
pode ter sido o berço da luta antifascista, mas não por estes que agora se
alegam donos da política, porque os de então têm a idade do cidadão Manuel
Alegre, os restantes já se apagaram. Repare-se como eles foram mal tratados nas
prisões da PIDE, tão mal tratados que vivem para além do razoável, quando os bons
morrem pelos 70 anos, os “dignos”? deste País são verdadeiras pilhas da tal
marca, que dura e dura, chegando a revelar-se Ché-Chés nas conversas. Não é
verdade cidadão Mário Soares? É ridículo ser governado tantos anos, por seres
vingativos, que nos têm feito pagar pelos erros, daquele que passou então a
governar o nosso pacato cantinho.
Ninguém
era democrata em Portugal, a não serem as pessoas ligadas às artes e às letras,
mas a humidade da democracia fez brotar milhões de democratas, cogumelos duma
Primavera que tinha o destino marcado para outro viveiro de fungos a URSS, em
boa hora travada, ou estaríamos a braços com uma nova Cuba neste momento.
Sinto-me
democrata, na atitude e no pensamento, mas não sou cego, nem tenho que me
sentir tal, o 25 de abril de 1974, foi o descalabro mais florido que nos podia
acontecer, mas após 39 anos de cheiros a cravos pútridos, o cheiro mais
intenso, continua a ser o da merda herdada, que invade até à varanda atlântica,
de uma Europa agonizante, que fede a germanismo pós 1945. A Europa sempre se dedicou a jogos de xadrez, onde as peças
foram os países agora obcecados, por entrar no jardim germânico, onde tão
poucos têm tanto a ganhar, e tantos têm tão pouco a ganhar? A
moeda única “Euro €” é como o mês de Maio, tudo dá e tudo leva!
Quando
estivermos livres dos intervencionistas repatriados, talvez Portugal encontre a
Terra Prometida, até lá, vão sonhando compatriotas.
Pelo que me toca, e enquanto sonho, vou jogando 1
eurico em raspadinhas, pode ser que me toque.