ANGÚSTIA



Finalmente acho que encontrei o motivo que me traz angustiado, de há uns tempos a esta parte. O motivo não é para menos, asseguro.

Andava angustiado e não encontrava motivo, a minha situação ao acordar é esta; pressão arterial, varia entre 6 ou 7 de mínima e 10 a 14 de máxima, pulsação entre 67-73, invariavelmente. A família também está toda bem, então qual o motivo da minha angústia? A instabilidade mundial, a provocada pelo bicho homem e a natural do Planeta.

Preocupa-me o que nós somos capazes de fazer uns aos outros e a todos os seres vivos em geral.

O desejo de uns e o prazer de outros pela dominação dos restantes, são incontroláveis. Existe em Portugal e em muitos países, organizações a que se dá o nome de Bancos de Sementes, mais não são que a salvaguarda, actualizada a cada ano, de todas as espécies de sementes, das plantas existentes nas regiões desses países. Estes bancos garantem às populações, que mesmo em anos difíceis, teremos sementes em quantidade, para assegurar o restabelecimento da normalidade, em curto espaço de tempo e assim não passarmos fome por longos períodos, além de repor a situação natural, por algum motivo interrompida. Esta ideia é das mais humanistas que se pode louvar.

Agora e após um período de desconhecimento, embora já alguns de nós tenhamos sido confrontados, com a necessidade de adquirir sementes híbridas, a ninguém terá passado pela cabeça que este facto poderia ter contribuído um pouco, para a causa da minha angústia.

Ao nascer esta modalidade de apuramento de sementes, estava lançado o controlo, de uma vida terrena.  O espaço de manipulação genética de seres vivos não é inocente, foi iniciado com um determinado objectivo e que malvado se vai tornar com o decorrer dos anos.

Sem descendência natural das sementes, mais não restará aos povos, que renderem-se aos manipuladores, às suas vontades e controlos. Futuramente não será permitido lançar à terra, sementes que não estejam certificadas por empresas “proprietárias” das licenças concedidas pelos governos “compostos por elementos oriundos das empresas manipuladoras de sementes” dos Estados mais influentes do Mundo. Teremos então o cenário montado, para exercer mais de metade do controlo, sobre os povos. O resto  do controlo será exercido pelas forças da ordem, às quais estará entregue o efectivo exercício de verificação de obediência à lei. Caso a observância do disposto na lei, não esteja a ser cumprido pelo cidadão, através da exibição pública, do certificado que autoriza a sementeira do produto, o castigo pode ser muito severo.

Ligando os dados disponíveis, conclui-se facilmente que a caminhada dos poderosos já se iniciou e não vai ser contida. A vida para o ser Humano vai tornar-se um suplício.

A contestação já não pode ser só contrariar os avanços dos governos contra os direitos sociais, mas também  contestar todas as manipulações genéticas em seres terrenos, fauna, flora, biodiversidade, temos de reforçar, redobrar a vigilância, no que toca a destruir a Natureza, para que não tenhamos de nos arrepender, por termos sido negligentes. O Hino à Vida não é passível de ser alterado a favor de ninguém,. Alterações ao curso Natural da Vida, tem de ser considerado Crime contra a Humanidade!

Bastam as alterações cíclicas que afectam o Planeta mas para as quais só a própria Natureza tem solução, e ainda bem que assim é, para que exista um equilíbrio sem intervenção Humana. Acabe-se de vez com a Clonagem, queremos continuar a apaixonar-nos e ter filhos com a pessoa de quem gostamos, recusamos ter crianças criadas à nossa imagem e semelhança, queremos que eles sejam a simbiose dos seres que lhe transmitirem a vida e que reconheçam nos pais biológicos, os transmissores das suas funções motoras, psíquicas  e psicológicas mas também de amor e carinho.

Vivo assustado com isto mas acredito que a maioria dos povos lutarão para que este estádio jamais venha a ser implementado.

Não sei se me fiz entender mas acredite-se ou não, estou assustado por não vir a ter hipótese de contrariar o esquema que antevejo, já montado.

Lutemos

Virgílio Ribeiro