Agora que o governo está demissionário, há que pensar em poupar até ao limite. Talvez não haja que poupar mas mesmo assim, pode-se poupar em tudo. Não é para entregar ao estado que devemos poupar mas para termos o tal pé de meia, necessário em caso de maiores aflições, como doença súbita ou falta de trabalho prolongado, porque está mais que visto, a Segurança Social não assegura coisa nenhuma, depois do que o Sócrates fez, não assegura mais nada.
A partir desta fase da vida temos que gerir as nossas finanças pessoais, tal como gerimos uma horta familiar. Desde que exista um pouco de terreno, tudo o resto é uma questão de poupança. As sementes conseguem-se trocando o que temos, com o que não temos, depois damos trabalho em troca de trabalho ou sementes. A Natureza encarrega-se do resto, apenas há que lhe dar uma ajudinha. Como? Água existe, Sol também existe e muito, erva para compustagem é o que mais há, então só é preciso poupar e trabalhar. Guardar água para rega, compustagem para adubar e Sol para fazer crescer a horta. À medida que se vai consumindo ter o trabalho de repor as faltas. Uma alface num vaso equivale a ter mais 1€ no bolso, agora multiplique-se por 10 ou 20 alfaces e pode-se chegar à conclusão de que podemos poupar. Além de podermos comer artigos mais sãos, também nos esquecemos de fumar ou de ir tomar um ou dois cafés ao bar da esquina e com isso evitar consumir o que não temos. No meu caso, aprendi em jovem que até a fruta, alguma pode ser seca ao Sol e guardada em locais secos, as outras frutas podem ser transformadas em compotas e doces deliciosos, a marmelada é óptima para o bom estado do fígado e é deliciosa ao pequeno almoço. Confeccionada em casa é baratíssima, além de todas as vantagens materiais, há também que ter em conta o facto de todos os membros da família poderem colaborar na feitura destes gourmet’s caseiros. Claro, as coisas que inevitavelmente temos que comprar, temos a escolha das lojas baratas, que são muitas, existem por todo o País. Carne, peixe, leite, manteiga, iogurtes, enfim, o essencial, como tem de ser em tempos de crise. Um pão dito “caseiro” custa a módica quantia de 4 kg de farinha, mais o fermento, e com esta farinha faz-se pão para toda a semana.
Desde 2008 tenho feito algumas modificações na minha horta e em boa hora as fiz. A crise já se tinha instalado, pelo que neste momento estou bastante satisfeito e sou praticamente auto-suficiente em legumes. As árvores de fruta ainda são jovens mas já têm flores e algumas de frutos secos já produzem. O poço que abastecia a casa, está preservado para o que der e vier e tenho um tanque para captação de águas pluviais com capacidade para cerca de 10m3 e ainda tenho vontade de aumentar a capacidade de captação, até ao dobro. Tenho 8 m3 de capacidade de compustagem, o que chega para adubar a horta todo o ano com adubo natural, obtido apenas com ervas, pequenos ramos, água da chuva e Sol. Fumar não deixo porque já deixei há 35 anos, por vontade própria. Actualmente acontece que consigo dispensar alguns artigos aos vizinhos, o que dá para alimentar 4 galinhas a milho, das quais tiro os ovos.
Como se percebe, não ando a correr os bancos para solicitar crédito que depois não se consegue pagar e que só dão rendimento aos bancos.
Isto é a mini representação do que devíamos ser como País.
Este governo tudo fez para nos espremer, chegando ao ponto de contabilizar o que podíamos criar nas hortas e nas capoeiras, para reduzirem as prestações sociais devidas após os descontos que fizemos ao longo de uma vida de trabalho, pensando que era uma retribuição justa e permanente, no entanto este governo tudo tem feito para nos retirar essas prestações, sem nos terem avisado que seria assim. Alteraram as regras a meio do jogo, o que não é leal.
A quem ler estas palavras desejo boa saúde e boas hortas. Não gastem gasolina a passear, uma boa e bem estruturada horta pode ser tão ou mais agradável que um passeio mas mais saudável que andar no meio dos carros.
Ribeiro


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